Impacto do auxílio emergencial no comércio chega a R$ 7 bi neste ano

auxílio emergencial injetou R$ 7 bilhões diretamente no comércio em compras por pagamento digital neste ano. O valor foi movimentado em estabelecimentos físicos ou virtuais com o QR code e cartão de débito virtual do aplicativo Caixa Tem, até a última segunda-feira (8), de acordo com a Caixa Econômica Federal. Agora a expectativa é com o novo programa Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, que começa a ser pago na próxima quarta-feira (17).

No caso do auxílio, só em um único dia, por exemplo, em 14 de junho, foram gastos diretamente em lojas R$16,2 milhões em pagamentos virtuais. Os beneficiários utilizaram o aplicativo Caixa Tem como cartão de débito normal, com o QR code passando nas maquinhas de pagamento ou como cartão virtual em compras via intenet, além de pagar boletos de contas de luz, água e telefone.

“O auxílio emergencial teve um investimento de mais de R$ 50 bilhões neste ano. Se esse valor fosse retirado integralmente do varejo, a expectativa de crescimento das vendas neste período cairia dos atuais 8% a 10%, para algo como 6% a 8%”, afirma Fábio Pina, assessor econômico da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo). Para ele, o impacto foi fundamental para impulsionar as vendas e, se não houvesse o auxílio, o crescimento projetado para o ano seria menor. O benefício representa de 20% a 30% de todo crescimento do varejo, estimado em torno de R$ 200 bilhões neste ano, de acordo com a instituição.

Auxílio Brasil

O recurso, que beneficiou na última etapa 34,4 milhões de pessoas com valor médio das sete parcelas de R$ 250, se encerra neste mês, com a última liberação de saque no dia 19. A partir do dia 17, começa o pagamento do Auxílio Brasil, que substitui o Bolsa Família, para 14,6 milhões.

No primeiro mês, os atuais benefícios terão rejuste de 17,8%. O valor médio passará para R$ 217,18 mensais. Em dezembro, a expectativa do governo federal é que o valor das parcelas seja acrescido de um benefício temporário para garantir o pagamento de ao menos R$ 400 até o fim de 2022.

Apesar do valor e do número menor de pessoas que receberão o novo benefício, a expectativa é que seja mantido o estímulo no comércio. “Mas o auxílio emergencial é substancialmente maior do que o Bolsa Família, que equivale pouco menos de 2% do total das vendas do varejo”, explica o assessor econômico da FecomercioSP.

O economista Marcel Solimeo, da Associação Comercial de São Paulo, avalia que a repercussão no comércio é maior no setor de alimentos, mas a diferença do impacto vai depender do valor e do número de pessoas beneficiadas, além da inflação do período.

“O auxílio desempenhou papel muito importante, especialmente no ano passado, com valor de R$ 600. E, mesmo depois, ainda ajudou a sustentar a demanda, principalmente de bens de menor valor, como alimentos. Se ele não for substituído por valor equivalente, vai fazer uma diferença negativa. Além disso, tem que ser levado em conta a inflação desse período, porque impactou o preço de alimentos”, afirma Solimeo.

Ele acredita que quando o novo programa começar a pagar os R$ 400 será fundamental para as camadas de baixa renda da população. Os valores originais do programa, com a disparada da  inflação no período, vão recompor apenas parte do poder de compra da população. “De qualquer forma, o que foi feito até agora para este mês e para o próximo vai ajudar. Vamos ver se começa em janeiro o valor maior que realmente recomponha o poder de compra da população”, conclui.

Fonte: R7

Bolsonaro sanciona duas leis para viabilizar Auxílio Brasil

O presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou duas leis para viabilizar a execução do Programa Auxílio Brasil, que substitui o Bolsa Família. Uma das leis abre um crédito de R$ 9,36 bilhões ao Orçamento da Seguridade Social da União, e outro altera o Plano Plurianual (PPA) 2020-2023 incluindo o benefício.

A criação do crédito especial, em favor do Ministério da Cidadania, permite o remanejamento do saldo do Bolsa Família para o Auxílio Brasil. A medida evita a esterilização dos recursos orçamentários do programa de transferência de renda.

Segundo a Secretaria-Geral da Presidência da República, a lei está de acordo com as normas constitucionais e não afeta a “regra de ouro”. Essa regra é um mecanismo constitucional (artigo 167) que proíbe que a União faça dívidas para pagar despesas correntes, como salários dos servidores e aposentadorias.

Congresso aprova

Congresso Nacional aprovou nesta quinta-feira (11) dois projetos de crédito extraordinário para viabilizar o pagamento do Auxílio Brasil. Um dos textos foi justamente o que prevê a liberação do crédito de R$ 9,36 bilhões para que o programa seja pago ainda neste ano. No outro, passaram a ser reservados R$ 76,4 bilhões até 2023 para custeio do programa, com alteração no PPA para que o novo programa passe a existir formalmente dentro da previsão contábil do governo.

Fonte: R7

Sete de cada dez trabalhadores mudaram de ramo na pandemia

pandemia do novo coronavírus, que assolou diversos setores da economia, fez com que 71,4% dos trabalhadores mudassem sua área de atuação, aponta pesquisa realizada pelo site Empregos.com.br com profissionais que estão na busca por uma colocação no mercado de trabalho.

As mudanças de ramo profissional estão diretamente relacionadas com a adoção das medidas restritivas para conter o avanço da crise sanitária a partir de março do ano passado. “A única opção foi buscar oportunidades em outras áreas que estivessem empregando ou funcionando de forma remota”, afirma Leonardo Casartelli, diretor de marketing do Empregos.com.br.

Para o futuro, o indício é que as pessoas continuem na nova área de atuação. “Por serem normalmente posições mais qualificadas, a tendência é que, quando alguém consegue entrar em uma área nova, essa pessoa tenha sempre um upgrade e uma melhoria de salário principalmente”, destaca Casartelli ao mencionar que os cargos mais afetados pela pandemia foram justamente os mais operacionais.

Recolocação

O levantamento mostra ainda que os profissionais estão otimistas com a recolocação e 86,7% avaliam que o avanço da vacinação no Brasil vai facilitar a conquista de um emprego novo. Entre os entrevistados, 49,5% buscam uma oportunidade ainda em 2021 e 17% estão desempregados há mais de um ano.

As expectativas melhores surgem no momento em que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sinaliza para uma redução na taxa de desempregados. No trimestre encerrado em agosto, eram 13,7 milhões de brasileiros desocupados, o equivalente a 13,2% da população economicamente ativa.

Para Casartelli, o aquecimento do comércio, impulsionado pelas festas de fim de ano e datas comerciais, é um bom momento para os 79,9% que desejam terminar o ano com uma nova colocação profissional.

“Embora muitos brasileiros tenham enfrentado desligamentos nos últimos meses, a demanda por profissionais é positiva no último trimestre do ano. Com esse aumento, observamos que os candidatos ficam otimistas e voltam a procurar recolocação”, afirma ele.

Com as perspectivas melhores, o levantamento mostra ainda que 46,6% dos candidatos estão dispostos a aceitar qualquer regime de trabalho, enquanto 45% têm preferência por vagas presenciais e 6,5% buscam oportunidades no modelo híbrido.

Casartelli ressalta que os contratados para preencher uma vaga temporária devem aproveitar a oportunidade e fazer dela uma porta de entrada para o mercado formal. “A expectativa é que essas pessoas tenham mais chances de ser efetivadas após o período de fim de ano, uma vez que essas empresas já estão com o quadro reduzido”, observa o diretor.

Fonte: R7

Preço de produto de mesma marca varia até 86,6% nos supermercados

A alta nos preços dos alimentos vem afetando, e muito, o orçamento das famílias brasileiras. Economistas ouvidos pelo R7 Economize orientam o consumidor a pesquisar muito antes de comprar.

Pesquisa divulgada pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados) na sexta-feira (12) mostra que o preço de um produto – da mesma marca ou qualidade – pode variar até 86,6% de uma rede supermercadista para a outra.

A maior diferença, de 86,6%, foi constatada no quilo da bisteca suína. O menor preço encontrado foi de R$ 14,95 e o maior de R$ 27,90.

Na sequência aparecem:

• Tomate (o quilo): de R$ 6,98 a R$ 12,90, diferença de 84%;
• Cebola (o quilo): de R$ 1,79 a R$ 3,29, diferença de 83,8%;
• Peça da carne de acém (o quilo): de R$ 22,90 a R$ 38,90, diferença de 69,90%;
• Ovos brancos (dúzia): de R$ 5,98 a R$ 9,90, diferença de 65%;
• Peça da carne coxão duro (o quilo): de R$ 32,90 a R$ 44,50, diferença de 35,2%;
• Frango inteiro congelado (o quilo): de R$ 9,89 a R$ 12,99%, diferença de 31%;

“Mais do que nunca, o consumidor deve pesquisar muito e ir a mais de uma rede de supermercado antes de comprar. Até pouco tempo, ele deixou de fazer isso porque os preços estavam relativamente estáveis. Agora é hora de retomar este hábito para reduzir os custos com alimentação”, diz Marcio Milan,  vice-presidente da Abras. Quando comparado o mesmo produto de marcas distintas, a variação pode chegar a 234%.

É o caso do espaguete. Enquanto o pacote de 500g Da Mamma sai por R$ 1,76, o da Barilla, custa R$ 5,99.

• Café torrado e moído (pacote de 500g): de R$ 7,79 (Café Fazenda Mineira) a R$ 18,88 (Pilão), diferença de 142%
• Feijão (pacote de 1kg): de R$ 3,69 (Andorinha) a R$ 8,19 (Pantera), diferença de 121%;
• Arroz tipo 1 (pacote de 5kg): de R$ 14,89 (Tio Lano) a R$ 28,90 (Albaruska), diferença de 94,1%;
• Leite longa vida (caixa de 1 litro): de R$ 2,95 (Aurora) a R$ 4,99 (Paulista), diferença de 69%;
 Óleo de soja (900 ml): de R$ 7,59 (Coamo) a R$ 9,69 (Soya), diferença de 27,7%;
• Açúcar (pacote de 1 kg): de R$ 3,59 (Alto Alegre) a R$ 4,09 (Guarani), diferença 14%;

Assim como Milan, o economista André Braz, coordenador do IPC do FGV Ibre, também orienta o consumidor a pesquisar muito antes de comprar.

O economista frisa que, ao aderir a um controle melhor dos gastos, pesquisando, substituindo e comprando menos o que está mais caro, o consumidor ajuda a conter o avanço de preços.

“São comportamentos mais gerais, porém sem veto, que influenciam bastante os preços. Há muita marca boa e que oferece o mesmo produto, e com a mesma qualidade, por um preço bem menor. O que percebemos é que há resistência do brasileiro em fazer a substituição”, conta Braz.

Fonte: R7